quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

"Não tens idade para isso, pá!"



Digo com sinceridade, não sei o que isto quer dizer exactamente. E não é pelo facto de ter visto há tempos a versão romanceada da vida de J.L. Barrie, no excelente "Finding Neverland" que ganhei algum síndroma de Peter Pan. Se o tenho, já é pré-existente, e fundamenta-se numa lógica muito própria de fruição da vida no que ela tem de melhor.
As pessoas confundem frequentemente o chamado crescimento com uma secagem interna, uma espécie de código de conduta que as impede de aceder a qualquer loucura, porque se acha que o estágio de vida a tingido só permite a deferência dos gestos brandos. Além de ser uma seca do cacete, deixem-me que vos diga, torna as pessoas cinzentas. Perdem-se as paixões porque já não se tem paciência ou tempo para as perseguir, porque há a porra das fraldas, e dos cortinados e dos jantares com as dentaduras dos sogros. Porque se encolhem os ombros juntamente com uma expressão de encurralamento, como se a vida a partir de um certo estágio fosse definida pelas responsabilidades pragmáticas e uma total ausência da maluqueira necessária para se ser feliz e completo. Para espremer o fruto da vida de forma a valer a pena o suster do seu peso.
Caraças, já não chega termos de viver a vida do Papalagui? Já não chega termos de sobreviver em meio a todas as complexidades de estruturas auto-alimentadoras?

Dizia um autor de BD ( sim, essa coisa de putos, ao que ouço para aí dizer) famoso que a imaginação é a última coisa que nos resta antes de nos tornarmos autómatos com a ilusão de que nos auto-dirigimos. E se expressar vivamente a entrega a determinadas paixões é o sinónimo do síndroma do Peter Pan, podem ter a certeza que eu serei o cota que vai aos concertos de t-shirt, sem barriga, e até algo embriagado se isso se justificar. Porque no dia em que não existir nada pelo que ansiar, mas somente uma repetição mais ou menos movimentada do quotidiano, então mais vale dar à sola para a Terra do Nunca, porque esta aqui deixa de ser guarida segura ou satisfatória.

E ao contrário do que se costuma dizer, pela boca dos "adultos", tenham menos juízo!É que a vida não sabe a nada se se transformar nesse nada. E não somos só as nossas missões. Sejamos mães, pais, profissionais ou responsáveis. Nós somos feitos dos nossos disparates, das nossas criações, daquilo que nos distingue dos outros e que por vezes é até demasiado pessoal para fazer sentido.

Não cresçam.
Pelo menos não assim.
Não vale a pena...

Os Holofotes

Se há coisa com a qual desatino, é aquele tipo de pessoas que se julga um holofote.
Aqueles que, estejam onde estiverem, acham que se devem projectar relativamente aos outros.
Raramente ouvem, atropelam as conversas, e olham para o caderno do espírito como recordistas mundiais da graça, da ironia inteligente e olhar aguçado para a realidade.
São os gajos que gritam e insistem nas histórias, quando toda a gente já percebeu. São os que forçam o riso cortês. Não são os engraçados, mas os engraçadinhos. Não os espirituosos, mas os palhacinhos. A sua história é sempre a mais engraçada, e o seu assunto tem de ser sempre o primeiro a ser discutido.
Os holofotes não chamam a atenção, mas colhem-na à força, nem que seja pela força do ruído. E julgam-se aviltados quando o brilho é partilhado, porque há sempre algo na alternatividade que lhes soa a traição ou boicote do que julgam ser obviamente superior.
Há algo nestas pessoas que as torna desagradáveis no primeiro instante do primeiro contacto. Normalmente é o tom de voz que as denuncia, mas os gestos acabam por ser muito mais reveladores. No entanto, é a voracidade pelo centro da atenção que as torna complicadas, ou ofuscantes, como qualquer luz de holofote. Porque esta, incidindo directa e continuamente, não ilumina, mas ofusca, retirando à força a possibilidade de vislumbrar seja que outra coisa for.
Os holofotes acham que engoliram a luz do mundo, mas apenas vomitam a rudeza própria da luz branca, baça, e sem encanto.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Teoria da extinção dos dinossauros

Descobri aqui há dias que um grupo de cientistas franceses anda a tentar provar um facto impressionante.
Segundo eles, os dinossauros não terão morrido nem por causa de um meteoro, nem por causa de outra catástrofe qualquer. Terão morrido por causa dos seus possantes gases intestinais, que acabaram por afectar a camada de Ozono.
Na opinião dos cientistas franceses as flatulências dos dinossauros continham uma grande quantidade de metano, um gás muito nocivo para o meio ambiente. Os animais que pesavam entre 80 e 100 toneladas e consumiam entre 130 a 260 quilos de alimentos, o que os fazia soltar gases sem parar.
Várias publicações afirmam que a atmosfera terrestre durante 100 milhões de anos devia ser fortemente carregada de metano, o que acabou por afectar a camada de Ozono provocando grandes estragos na vegetação. Isto teria originado uma falta de alimentos que acabou por matar os dinossauros.
Foram nestes factos que se basearam os cientistas, que a provarem a sua teoria terão direito a uma grande ovação aqui pelos génios do blog.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Clocky - Annoying Walking Clock

Um grupo de génios nosso amigo encontram-se na fase final de uma invenção muito interessante. É um projecto de um novo tipo de despertador, desenvolvido no MIT Media Lab Research Project e é perfeito para os dorminhocos crónicos.
A idéia central do projecto é desenvolver um despertador que se movimenta pelo quarto após a primeira tentativa de desligar .A cada tentativa de desligar o despertador toma uma nova posição no quarto, forçando o dono sonolento a procurá-lo. Conta-se que em breve este objecto esteja disponível para comercialização, mas eu espero que ninguém tenha a infeliz ideia de me oferecer um.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Prémios IgNobel 2006

Para quem não conhece os prémios Ignobel, eles satirizam os prémios Nobel e distinguem trabalhos de investigação científica de diversos génios que façam rir e depois pensar. A ideia é premiar pesquisas raras, honrar a imaginação, e atrair o interesse público para a ciência, a medicina e a tecnologia.
No passado dia 5 de Outubro realizou-se a 16ª edição e estes foram alguns dos premiados:
IgNobel da Ornitologia para Philip May e Ivan Schwab pela sua investigação sobre o porquê dos Pica-Paus não terem dor de cabeça. É que eles chegam a bater com o bico nos troncos das árvores mais de 12.000 vezes por dia.
IgNobel da Biologia para Bart Knols da Wageningen Agricultural University, na Holanda, do National Institute for Medical Research, Tanzânia, e da Agência Internacional de Energia Atómica, e Ruurd de Jong da Wageningen Agricultural University, Itália, por mostrarem que a fêmea do mosquito da malária é atraída tanto por queijo limburgo quanto por chulé dos pés humanos.
IgNobel da Química para Antonio Mulet, José Javier Benedito e José Bon da Universidade Politécnica de Valência, e Carmen Rosselló da Universidade das Ilhas Baleares, Espanha, pelo estudo “Velocidades Ultra Sónicas no Queijo Cheddar Quando Afectadas pela Temperatura” (Ultrasonic Velocity in Cheddar Cheese as Affected by Temperature).
IgNobel da Literatura para Daniel Oppenheimer da Universidade de Princeton pelo seu estudo “Consequences of Erudite Vernacular Utilized Irrespective of Necessity: Problems with Using Long Words Needlessly.”
IgNobel da Matemática para Nic Svenson e Piers Barnes da Australian Commonwealth Scientific and Research Organization, por calcularem o número de fotografias que devem ser tiradas para assegurar que ninguém, numa foto de grupo, feche os olhos.
IgNobel da Nutrição para Wasmia Al-Houty da Universidade do Kuwait e Faten Al-Mussalam da Kuwait Environment Public Authority, por mostrarem que os besouros-de-esterco são enjoativos para comer.
IgNobel da Paz para Howard Stapleton da Merthyr Tydfil, País de Gales, por inventar um repelente electromagnético de adolescentes - um aparelho que faz sons irritantes serem ouvidos apenas por adolescentes, e não por adultos.
IgNobel da Física para Basile Audoly e Sebastien Neukirch da Universidade Pierre et Marie Curie, Paris, pelos seus estudos sobre porque o esparguete seco parte sempre em mais do que dois pedaços.
Faça algo de útil pela nossa comunidade e seja um dos génios premiados na próxima edição.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

O Géniozinho

Olá! Eu sou um rapazinho muito, muito humilde. Sou tão humilde que não chego a ser um génio, só apenas um géniozinho. Sou por isso um géniozinho humilde.
Eu não tenho a certeza de ser um génio, sobretudo porque sou humilde.




Sou um génio! Sou um génio humilde.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Ser um génio humilde.


Ser um génio humilde, é mais do que não ser o José Mourinho. É ser mais alto, é ser maior do que os homens, morder como quem beija, é ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Áquem e de Além Dor, é ter de mil desejos o esplendor e não saber sequer que se deseja e é também ter cá dentro um astro que flameja, é ter garras e asas de condor. Ser um génio humilde, é ter fome, é ter sede de Infinito, por elmo, as manhãs de oiro e de cetim, é condensar o mundo num só grito e é amar assim, perdidamente...É ser alma, e sangue, e vida em nós e dizê-lo JOGANDO a toda a gente!


(Florbela, - sem "i"- obrigada.)


E é com este tão honroso patrocínio (yeah, yeah, yeah, right...) de tão ilustre poetisa, que damos, assim, início a um novo conceito de blog: O Blog do século XXI. um desafio constante, um jogo permanente, uma luta incansável, um vício insaciável. Em suma: uma idiotice pegada para os tempos mortos em que não lhe apetecer trabalhar, estudar e nem precisa fingir que está a fazer alguma coisa para que o seu chefe não perceba o quão diligente está a ser no seu emprego.
Seja génio. Mas seja humilde.

TO BE CONTINUED (saiba tudo no próximo post)